Oláááááááá enfermeiraaa

Ola meus caros queridos companheiros desse Brasil. Vou aproveitar que estamos a sós e irei introduzir um pouco do Gil em vocês. Meu nome é Gilmar, tenho 19 anos, gosto de sorvete de cupuaçu, faço Direito, conheço o Beckenbauer e sou veterano da segunda guerra mundial. Perdão pela demora para inaugurar meus posts. Se eu não viesse aqui hoje, creio que seria esquartejado pelo Lê rs
Mas agora estou aqui e sou todo de vocês. Fui encarregado da trágica missão de tentar ser engraçado, então nada melhor do que uma piada pra começar. Lá vai:
Sabe o que o Catchup malandro disse para o sal?
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R: É nóis nas frita mano.
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Então, em vez de tentar ser engraçado e correr o risco de falhar terrívelmente, eu resolvi que irei contar a vocês alguns fatos da minha vida que podem ser considerados cômicos (ou não), até por que nada diverte mais o ser humano do que a desgraça alheia. O primeiro que irei narrar aconteceu há dois anos atrás quando eu me dirigia tranquillamente para casa depois de um dia cansativo de serviço. Como todo bom estagiário eu saia às 18h, horário em que o resto do mundo também sai do serviço. Maldita seja a hora do rush, além de esperar 40 minutos pro bendito ônibus passar, quando chegou estava estupidamente lotado. Ao me deparar com aquele mar de gente suando, fedendo, xingando seus chefes, reclamando dos políticos, falando do vestido horrível que a vizinha gorda usou no baile de sábado e, é claro, aqueles ilustres cidadãos que fazem questão de mostrar ao mundo a sua preferência por funk ligando seus malditos celulares no volume máximo, eu, prudentemente resolvi ir para o fundo do ônibus para que ali pudesse colocar meus fones de ouvido, esquecer do mundo e ficar em paz até chegar em casa. Mas o onibus estava tão lotado que a simples ida para o fundo se transformou em uma verdadeira história épica de determinação e superação.

Respirando fundo e juntando toda a destreza que havia dentro de mim eu comecei a travessia. Mochilas, cabelos, barrigas e o balançar do onibus eram meus adversários. Quem dera eu me chamasse Moisés e pudesse abrir o mar de gente que estava à minha frente. Em vez disso fui forçando a passagem como um guerreiro força sua passagem numa parede de escudos, só que em vez de golpes de espadas e lanças, eu estava sendo alvejado por uma chuva de cotoveladas e xingamentos. Sem me deixar abalar pelas ofensas proferidas eu prossegui determinado a chegar ao meu destino. Meia hora e muitas cotoveladas depois eu finalmente consegui. Cheguei perto da desistência, pensei até em usar o pedaço de giz que eu segurava em minha mão direita e rabiscar "Por Favor, Salvem a professorinha".

Ao chegar no fundo do bendito onibus eu fiquei em pé na frente de um indivíduo tão bem nutrido que ocupava um assento e meio, pro desespero da moça sentada ao lado dele que estava sendo covardemente esmagada contra a parede. Então ali fiquei e fiz o que planejava, coloquei meus fones, Amado Batista pra tocar, posicionei=me de maneira ameaçadora a qualquer um que tentasse me empurrar e esqueci do mundo.
Mas esqueci somente até ela chegar, ela que parecia uma deusa presa em uma humilde forma mortal. Morena dos cabelos pretos (sério??), olhos verdes, andar estonteante, e presença marcante. Não precisou se esforçar para passar pelo vale das sombras que era o meio do ônibus. Chegou e parou do meu lado. Logo do meu lado, um mero e covarde mortal.

Seu perfume exalava de tal maneira que lançava os que estavam perto num feitiço mortal. E eu fui um desses enfeitiçados, por um instante não havia mais música, não havia mais nenhum ser de 250kl na minha frente e até a moça que estava sendo esmagada ficou serena diante de tanta beleza.
Então o improvável aconteceu, ela delicadamente encostou sua mão na minha e naquele instante a terra parou! O empregado não saiu pro trabalho, pois sabia que o patrão não estava lá. A dona de casa não saiu pra comprar pão, por que sabia que o padeiro também não estava lá! A terra parou e a única coisa que eu sentia era o toque suave da mão dela contra a minha. Naquele momento eu puder ver o nosso futuro, uma casa no campo, 3 filhos lindos, um cachorro labrador correndo no quintal, uma caixinha de correio com o nosso nome, um domingo de manhã lendo jornal com os filhos em cima da cama....
Então meu devaneio foi cruelmente interrompido com a voz dela se desculpando pelo esbarrão que tão graciosamente derá em mim.
Nesse momento, meus amigos, minha cabeça rodou, eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que dizer, eu não sabia nem aonde estava mais. Mas uma coisa eu garanto, qualquer coisa, qualquer maldita coisa que eu tivesse feito seria melhor do que a que eu realmente fiz. Se eu a tivesse xingado, se eu a tivesse ignorado, se eu tivesse cuspido na cara dela ainda sim seria melhor do que fazer o que fiz.

Uma pessoa normal provavelmente aceitaria as desculpas e sorriria. Mas eu não, por que Murphy estava me enrabando e queria me ver passando um dos momentos mais constrangedores da minha vida. Retomando o raciocínio: Ela esbarrou sua mão na minha, pediu desculpas e eu .... Eu mandei um beijo pra ela.
Dizem que quando passamos por momentos traumatizantes na nossa vida, o nosso cérebro bloqueia as memórias como forma de proteção. Infelizmente isso não aconteceu comigo. As memórias daquele dias estão vividas como a água. Após o inconviniente beijinho a moça olhou pra mim com uma cara que esboçava dúvida e até um pouco de medo. Comecei a suar frio pois ainda faltava muito pra chegar no ponto onde eu descia e eu teria que ficar ao lado dela até um de nós sair do onibus. Com a respiração ofegante e as vistas escurecendo eu tentava não pensar na idiotice que tinha feito há pouco, mas parecia que todos no onibus sabiam do que eu tinha feito,parecia que todos estavam me julgando e eu juro que cheguei até a ouvir uns comentários! Tudo que eu queria é que o cara gordo da minha frente se oferecesse pra sentar em mim e me livrasse daquela vergonha com uma morte lenta e dolorosa, que é o que eu merecia.

A moça desceu do onibus primeiro que eu, me deixando um pouco mais aliviado, mas não recuperado. Até hoje tenho pesadelos com aquele dia, flashes que me torturam sempre que fecho os olhos.

Isso ai, Freud não explica!!!

E pra me despedir de vocês eu vou deixar um vídeo com uma forma extremamente errada de surpreender seus filhos na páscoa, a não ser que vocês queiram traumatiza-los e deixa-los com medo mortal do maldito coêlo da páscoa.

http://www.youtube.com/watch?v=BEP4Lb5BF2k&feature=player_embedded

Mas quem é que não se assustaria com um coelho sinistro aparecendo na janela de noite????

Bom galera, esse foi meu primeiro post, espero voltar aqui mais vezes e contar mais histórias trágicas de minha vida.
Uma boa páscoa a todos e uma ótima semana o/


Gil